• O Labirinto da Saudade é um modelo para a Casa Portuguesa.
  • Todos os espaços necessários à constituição da Casa coexistem num sólido paralelepipédico, adaptado aos limites do terreno. A forma e a implantação do volume podem ser alterados de modo a adaptarem-se ao pedaço terreno onde se insiram, mantendo-se no entanto as suas dimensões gerais.
  • A construção é feita de uma malha cujo desenho repete o imbricado geométrico de uma toalha bordada [à portuguesa]. O tipo de bordado utilizado na fachada estrutural irá indicar o escalão social dos seus habitantes: Rendas de Bilros para a classe alta, Bordado em Ponto-Cruz para classe média-alta, e Crochet para a classe média. As restantes classes não têm direito a casa própria.
  • A casa está dividida em dois tipos de espaços distintos: aqueles que servem para ser vistos – os Espaços de Aparato -, e aqueles que não devem ser vistos – os Espaços Íntimos. Entre um e outro coabitam espaços de natureza ambígua. Os Espaços de Aparato surgem expostos ao exterior.
  • Os Espaços Íntimos são totalmente encerrados pelo imbricado do bordado, permitindo que no seu interior de desenvolvam as actividades mais reservadas.
  • Cada um dos espaços contidos na casa pode ter um ou mais acessos, consoante o tipo de família portuguesa em presença, os seus laços afectivos e sentimentais – amor, indiferença, paixão, tristeza, curiosidade, desprezo, excitação, ódio, inveja –, e o modo de relacionamento de cada indivíduo com a sua família.

 

  • [com a.s* – atelier de santos]